O futuro das agências, segundo Seth Godin

5 de março de 2021


O futuro das agências está atrelado ao cuidado estratégico em alinhar-se à demanda do seu público-alvo e, paralelamente, à antecipação de tendências e tecnologias que vão colocá-las em competitividade.

Mas a valiosa questão é: como será o futuro das agências?

Seth Godin, autor do best-seller Isso É Marketing, palestrante e professor de renome mundial apontou alguns caminhos em curto e médio prazo que podem ajudar as agências a estarem presentes, no momento, mas já com um passo no futuro. Confira!

 

O que significa pensar no futuro das agências

Agências, hoje em dia, têm que lidar com produtos e serviços que são grátis — exceto, é claro, pela exposição paga. Mesmo assim, trata-se de uma solução opcional.

Daí, a relevância em ressignificar o trabalho desses especialistas que identificam, trabalham e ajustam as estratégias e nome de diferentes clientes. O futuro das agências, portanto, reside no incansável trabalho de gerar valor às empresas e saber como traduzir isso em solução para elas.

 

O que esperar do futuro imediato

O dinamismo de novas tecnologias, por si só, já não surpreende. Temos que nos adaptar às novas tecnologias, às questões que as próximas gerações vão engajar mais e que as estratégias têm que se adaptar a essas e outras circunstâncias.

No entanto, o trabalho do marketing vai permanecer atrelado a um ponto-chave: nas últimas décadas, o sucesso está em encontrar o seu público e se comunicar com eles de maneira valiosa. Em resumo, isso significa elaborar mensagens que impactem, diretamente, a sua audiência e fazê-la engajar com a empresa.

O futuro das agências, inclusive, está profundamente associado com isso — e por meio do trabalho de gerar e agregar, continuamente, mais valor.

Mais não significa melhor no marketing

É importante também prestar atenção às revoluções que o marketing tem acompanhado nos últimos anos. Por exemplo: saímos de muitas décadas consecutivas na qual a propaganda atingia as massas.

E o que tem acontecido, desde o advento do marketing digital? Exatamente o oposto dessa ideia.

Nesse futuro das agências projetado por Godin, não estamos mais procurando pelo maior número de pessoas. As dezenas de milhões de pessoas alcançadas em alguns segundos no Super Bowl (o mais caro da TV, atualmente) não é necessariamente melhor do que as milhares de pessoas que você pode impactar, em uma semana, por meio das ações de marketing digital.

É, justamente, o oposto.

Não precisamos mais ir atrás das massas, mas selecionar muito bem quem verdadeiramente queremos impactar. O futuro reside aí: saber quem tem real interesse nas suas soluções, gerar valor, construir um relacionamento e falar diretamente com essa pessoa por meio das suas ferramentas e estratégias.

 

O mesmo vale para os seus clientes

 

Quando deixamos de falar com o consumidor final e pensamos no desenvolvimento das agências, a tônica é a mesma. O futuro das agências — as que realmente desejam crescer nesse negócio — não está no preço mais competitivo (leia-se mais barato) e tampouco investindo cegamente em propaganda que, em resultados, não agrega em nada aos clientes.

Por sua vez, esse brilhante futuro reside em ser a melhor agência para cada um dos seus clientes. Em ouvi-los, entendê-los e personalizar o trabalho para uma entrega específica, e não genérica que pode ser adotada como uma fórmula qualquer.

Como vem sendo dito ao longo de todo este artigo, precisão é mais uma palavra de ordem para o futuro das agências. E isso não se alcança repetindo os mesmos modelos de trabalho sucessivamente.

Os desafios para o futuro

O maior problema de enxergar o amanhã é a sua invariável imprevisibilidade. Nunca sabemos ao certo o que reside no dia seguinte. Por isso, muitas agências temem que a tecnologia pode substituir o trabalho analítico e estratégico ou qualquer outro elemento que as torne insubstituível hoje em dia.

Só que Seth Godin aponta um fato interessante nisso tudo. Afinal, por que tememos sermos substituídos pelas máquinas se, hoje mesmo, já nos preocupamos em fazer algo novo, diferente e revolucionário?

Para ele, quem teme o futuro o faz porque não pensa em mudar, seja em curto, médio ou longo prazo. 

Uma vez que tudo vai ser diferente nos próximos anos, as agências têm que pensar da mesma maneira. E não acreditar que aquilo que ela fez no mês passado vai servir, igualmente, daqui a uma década.

Então, o segredo consiste, mais uma vez, em acompanhar a sua audiência. Analisar e diagnosticar as tendências, as novidades e os interesses de cada público. E a partir daí reinventar-se, e não estagnar e achar que todo o mercado também vai estacionar.

Um passo por dia para descobrir o futuro da sua agência

Quando o cinema popularizou-se, muitas pessoas resistiram à ideia e disseram que as artes cênicas não vingariam na tela grande. O mesmo ocorreu com o rádio, a TV e também a internet.

Quando o marketing digital se posicionou, houve quem negou a revolução que se pautaria no meio. E quem acompanhou a tendência e conseguiu migrar entre as plataformas e ferramentas entendeu o mundo de maneira mais ampla.

O futuro das agências, portanto, está em transitar. Não em resistir ou negar nada. O momento é de precisão e especificidade. E aí resta a pergunta mais valiosa deste artigo: o que a sua agência está fazendo pelo seu próprio futuro?